estive
com uma colega, na hora do almoço, que demonstrou uma atitude muito tóxica.
tudo
nela transparecia agressividade e revolta, a começar pela fisiologia, até
passar pelas palavras e tom de voz, numa energia muito "vermelha". a situação que
a estava a afetar, nem sequer tinha a ver com ela diretamente, mas com outros colegas
(um assessment de competências, com objetivo de desenvolvimento pessoal). ela
estava a aproveitar a situação para projetar um resultado futuro que a poderia
incluir, e que não se adivinhava nada positivo.
de que forma isto influenciou o
meu estado interno e a minha fisiologia?
como o
tema, de certa forma, tinha a ver com um projeto em que estou envolvida,
comecei a sentir-me nervosa e ruborizada, o ritmo cardíaco mais acelerado e
alguma insegurança para lidar com a situação. como havia outra colega empática
com esta situação, gerou-se uma situação “2 para 1” e eu a pensar:
qual a melhor estratégia a adotar
para lidar com esta situação?
então,
comecei a fazer rapport, tentando alinhar a minha postura à dela (costas mais
direitas e queixo erguido, tom de voz mais rápido e convidei-a a ver a situação
não como uma ameaça mas como uma oportunidade. de certa forma, senti-me melhor
e mais confiante. ela ripostava, baseando-se em experiências passadas e em como
se poderia estar a pôr em causa 30 anos de carreira de provas dadas. depressa a
situação resvalou para um quase conflito. a sua base factual era em coisas que
tinham corrido mal, desvalorizando as positivas.
desafiei-a
com uma pergunta que me pareceu muito poderosa, se não acreditava nas competências do colega
(o tal dos 30 anos de carreira) para realizar o assessment com sucesso, ao que
me respondeu “claro que sim, mas estava uma pilha de nervos com isto” e havia um erro de comunicação, que as
coisas que foram explicadas antes não eram as de agora, blablablabla, até
chegar a um caso pessoal. aí percebi
que, afinal, o que estava na base deste comportamento era a tal situação
pessoal e a falha de comunicação que aí tinha acontecido. a questão afinal
é a comunicação.
acontece ainda que, na sua área, pelas suas palavras, toda a equipa está em polvorosa com esta
situação. passou então para a descrição do território
– a área nova de trabalho não tem luz natural e tudo isto junto os está a
deixar com um péssimo ambiente e humor.
muito interessante observar e aprender com tudo
isto!
[e
observar também como ainda continuo um pouco irritada com a situação e o meu
ritmo cardíaco acompanha...]
tive
necessidade de partilhar a situação com a minha chefe para que possa acompanhar
mais de perto o assessment, de forma a fomentar a tranquilidade possível nos
participantes, uma vez que geograficamente está próxima. ela chegou a uma conclusão
muito interessante…. se calhar a s.
também queria estar neste grupo…
e agora, qual a minha escolha?
não sei bem
por quê, esta pessoa sempre me fez alguma “comichão”, deixando-me com um
sentimento pouco positivo em relação a si. intuição, talvez? ou sinto que
exponho as minhas fragilidades? pessoalmente, tenho que trabalhar esta questão....
parece-me
que quer transparecer mais do que aquilo que é, ou do que está convencida que
é. tanto adota posturas de menina mimada, como parece dona de todas as razões,
demonstrando uma atitude bruta e agressiva. a questão é que é uma fazedora de
opinião e projeta o departamento em que eu trabalho (e onde já trabalhou) como
uma espécie de “inimigo”. agora questiono se ela será tão influente assim…. terá mesmo a
credibilidade que julga que tem?
também
estou com a crença enraizada de que esta pessoa não me aprecia por aí além, nem
me reconhece competências, o que acaba por limitar a minha capacidade de influência.
é minha escolha a forma como vou lidar com isto:
é minha escolha a forma como vou lidar com isto:
- aceitando esse facto e evitando o contacto ao máximo?
- ou promovendo mais oportunidades de interacção em terreno neutro, em que não se fale de trabalho?
- talvez tenha que trabalhar o grupo em que ela se insere e focar-me em ser eu a influenciá-lo, em vez do contrário.
- tentei ainda uma visão de helicóptero sobre a situação (embora hoje não esteja a ser fácil) e
- decidi aceitar este com um objetivo pessoal.
até lá, uma certeza: há uma coisa
tão ou mais importante quanto a competência, chama-se atitude.
entretanto,
e após relatar esta experiência aqui no blogue, reconquistei o domínio da minha
fisiologia :)
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