domingo, 20 de julho de 2014

ainda com o coração nas mãos e o meu filho colado nos braços...

 
obrigada Deus meu! obrigada Anjinho da Guarda que tantas vezes tens estado presente, obrigada mãe, pai, obrigada filho, filhos, joão...
 
ontem o zizo fez-nos apanhar um susto daqueles. tão grande susto que cada vez que me lembro do que se passou o meu coração começa a bater acelerado e a minha cabeça a latejar.
não vi nada, não estava lá, só umas boas horas mais tarde soube o que aconteceu, mas só de imaginar fico com náuseas, aflita, com os nervos à flor da pele.
 
o meu zizo é muito distraído. ou não será bem isso. o meu zizo desliga frequentemente do mundo, refugia-se em si mesmo, não escuta, não tem qualquer noção do perigo e, no meio das suas características de asperger, esta é uma das que mais me aflige.
já por várias vezes ele nos deixou em pânico, por, em segundos, desaparecer, indo ao encontro de algo que lhe chamou a atenção. como uma vez aconteceu num parque da cidade (teria ele uns 5 anos) em que se foi juntar a uma família porque queria brincar com os brinquedos que a sua criança tinha. e nós a correr como loucos a gritar o seu nome e a procurá-lo. 
 
ontem a meio da tarde, o zizo foi com a avó chamar o primo para brincar. a minha mãe foi com ele ao pé da casa e, como não havia trânsito nenhum, deixou-o atravessar a rua sozinho. mas tão depressa ele atravessou como voltou para trás. sem olhar, sem parar, sem pensar. sem ouvir a avó gritar "zizo não atravesses, zizo não atravesses"... atravessou e foi apanhado por uma carrinha que lhe bateu e o projetou para a frente. a minha mãe temeu o pior e gritou por Deus. e Deus ouviu. o condutor da carrinha travou a fundo e tudo não passou de um valente susto. o meu zizo apenas pisou e fez um raspão na coxa, Deus e o seu Anjo da Guarda estiveram lá, cuidaram dele, protegeram-no no meio desta horrível situação. ele gritou, chorou acima de tudo com o susto, mas, uma hora depois, já brincava com o primo e com o irmão como se nada se tivesse passado.
 
[há dois anos, a prima de uma amiga minha morreu atrelada, assim, a atravessar a passadeira frente à escola e essa imagem ainda não me sai da cabeça... ]
 
o zizo não queria contar nada aos pais. pediu à avó, por favor, para não contar. mas combinaram que era preciso dizer o que se tinha passado, contar a verdade, quando os pais o fossem buscar a ele e ao mano. ele pediu para ser a avó a contar, não queria ser ele...
 
entretanto rezaram a Deus, agradeceram muito, os meus pais são das pessoas com mais fé que conheço! e tanto há para Lhe agradecer! a "imprudência" da minha mãe, que se esqueceu de que este neto é especial, com toda a certeza fará com que não arrisque de novo a dar-lhe esta autonomia, pelo menos nos próximos anos... (outra das coisas que me tira o sono, a dependência deste rapaz...)
  
quando chegamos para ir buscar os meninos, relaxados e depois de um simpático jantar a dois (eu já tinha telefonado antes e ninguém me tinha contado nada...), estavam todos reunidos a ver desenhos animados na sala, o zizo e o gugas no sofá muito bem dispostos, mas a minha mãe com uma cara devastada  e houve ali um compasso de segundos em que não estava a perceber nada do que tinha acontecido:
- houve um acidente e o zizo magoou-se na perna, disse ela - e eu de imediato pensei que ele pudesse ter caído e magoado, queimado, atacado por um cão, nada de especial, sei lá, o rapaz estava risonho e bem disposto!
 
mas quando me contou o que aconteceu na estrada e eu visualizei mentalmente a cena, só me consegui agarrar a ele a tremer, não consegui dizer uma palavra... o joão não reagiu muito bem ao "descuido", porque é muito protetor e super-pai-galinha, para ele este gesto foi incompreensível. mas conversamos e tudo se acalmou. infelizmente, são coisas que podem acontecer com qualquer um, mas não se pode facilitar... 
 
Deus meu, em quem sempre acreditei também e a quem, tantas vezes pedi conselhos e ajuda, estou grata por mais este dia, estou grata por todas as provas de amor!
 
entretanto já conversamos bastante em família, o zizo contou a sua versão:
"foram os meus neurónios mãe, os meus neurónios deviam estar doidos!".
lembra-se de ouvir a avó chamar mas não conseguiu reagir à sua ordem. encolhe os ombros e diz que não sabe porque não obedeceu, diz que estava a andar aos "saltinhos".
e,  inocentemente, conclui:  "sabes, o l não me tinha ouvido chamar por ele, mas quando a carrinha bateu em mim, travou a fundo e eu gritei, o l até acordou!"
 
regras de andar na rua em segurança relembradas:
  | atravessar na passadeira e só quando não vier nenhum carro;
  | se houver semáforo esperar que fique verde para os peões e
  | nunca, mas nunca, atravessar sem um adulto ao lado.

agora... é pôr coração ao alto e viver um dia de cada vez, valorizando tudo o que de bom a vida nos dá!

aos meus pais, que nunca me dizem que não quando lhes peço para ficarem com os meninos ( e às vezes sacrificando outras coisas), muito obrigada por tudo!
sempre confiei e confiarei, sei que estando convosco é como se estivessem comigo, sei que dão a vida por estes meninos se for preciso!

2 comentários:

rosa_chiclet disse...

bem que grande susto..

mas ainda bem que não foi nada de muito grave..

kisses***

alice disse...

mesmo! nem gosto de pensar no que poderia ter sido...
bjinhos e obrigada :)